Abismo no futebol brasileiro?
22 out 2019
| 21:11h | Filipe OliveiraÉ visível o abismo no futebol brasileiro, latente nos últimos quatro anos. Até então, o Campeonato Brasileiro de Futebol – Série A, já começa com, pelo menos, sete a oito times postulantes ao título. A história mudou. Apenas três ou quatro chegam com chance. Assim como já acontece na maioria dos campeonatos europeus.
Só que tem um problema histórico aí. Temos verdadeiros gigantes no futebol brasileiro, que se perderam no caminho – muitos por conta de más administrações. Para se ter uma ideia, dos 20 clubes que hoje estão na elite do futebol, 14 já foram campeões brasileiros. Ainda nessa conta, 11 foram campeões mais de uma vez. Na série B, ainda temos os Sport, Coritiba e Guarani, que também já levantaram a taça.
E o que levou o futebol brasileiro a entrar nesse abismo, onde agora apenas três times chegam com chance de título? O Palmeiras inovou o mercado. Com um investimento pesado, começou a se distanciar dos demais. Comprou quem queria e montou elencos que daria para compor três times titulares. Deu resultado. Venceu em 2016 e 2018. E está na briga ainda este ano.
Remando na mesma maré, o Flamengo se reestruturou, com administrações que levantaram o clube, o dinheiro entrou e parece que o “cheirinho” vai virar passado. É o líder do Brasileirão com 10 pontos de diferença para o segundo colocado Palmeiras e ainda está na semifinal da Copa Libertadores da América.
E o que fazer com os outros grandes? Irão virar coadjuvantes de luxo? Pode ser que sim. Acredito que muitos deles tentarão remar na mesma maré. Outros, ainda figuram entre os melhores por conta do campo, mas no financeiro ainda estão longe. É o exemplo do Grêmio, que vem se destacando com um futebol ofensivo e bonito de se ver. Revelando nomes como Luan e Cebolinha.
Outros tantos olhamos com muita cautela. Times como Fluminense, Vasco e Botafogo seguem a mesma crise financeira que o estado que eles representam, o Rio de Janeiro. Meses de salários atrasados e a iminência de até chegarem a falir (o que seria um caso extremo para um grande clube).
A mudança dos times em se tornarem empresas pode ser a chave que esses clubes precisam virar para o recomeço. O CSA está nesse tocante. Dentro de campo está penando ainda. Deve ser rebaixado em seu primeiro ano na elite do futebol. Mas dá um passo para o avanço. Botafogo já dá sinais de que pode sim aderir a essa moda.
Porém, do jeito que está se desenrolando, parece que muitos grandes se tornarão nanicos. E teremos um campeonato como o Espanhol, onde apenas dois times brigam pelo título – em um ano bom, mais um entra na disputa. Para o bem do futebol brasileiro, tomara que isso não aconteça.