Cabelos ao vento; vida nova
10 abr 2023
| 05:00h | Batista CruzCabelos ao vento; vida nova
Há cerca de dez anos, a queda de cabelos tornou o boné a extensão do corpo de Wellington Não se sentia bem com a situação. Há algumas semanas, dias, chegou à casa dela quase flutuando, levado pelas asas da felicidade, para mostrar a novidade à mulher dele: tinha colocado uma prótese capilar.
É fixa. Mas é removível. É feita de cabelos humano e colada no coco. Não sai, mesmo que receba um puxão. Não é peruca. Deixou de usar o boné definitivamente. Nem para todo lugar que vai seria elegante usar o companheiro de anos, conta. E se constrangia ao mostrar o problema capilar,
A novidade, feita às escondidas, o livrou de um processo de tristeza que alimentou nesta década em que constatou o processo de calvície. “Recuperei completamente a autoestima que estava em um processo rápido de perda. Quando vi os cabelos deu um boom”, comemora. Felicidade, um sorriso discreto, que denota timidez, é o que se vê no seu rosto.
Com satisfação, Wellington pega o celular e vai diretamente aos arquivos para comparar o antes, com a careca, e o agora, com a cabeleira. Não consegue segurar a risada. Explica o processo de ‘encabelamento’. Todas as etapas do antes e o depois. “O cabelo é humano”, informa.
A opção pela prótese deveu-se à segurança do modelo, que não é invasivo. Revela que não tem coragem para se submeter ao implante capilar. Teme o risco da cirurgia. Recentemente foi registrada em Feira a morte de um homem submetido a esta cirurgia.
Conta que depois da prótese capilar se tornou ainda mais popular entre os colegas da faculdade de Jornalismo. “Foram muitos os pedidos para tirar fotografias durante uma aula desta matéria”, gaba-se. Vaidoso, optou por um cabelo discretamente grisalho.
Realmente pode-se ver mudanças significativas nas feições. A atual está mais jovial. Adotou uma escova, que estrategicamente coloca em um comportamento à porta do veículo que dirige. É motorista da Prefeitura de Feira de Santana.
Comenta que a ansiedade pela demora para que a prótese fosse fixada o agoniou. “Liguei algumas vezes para o cabelereiro para saber o por que da demora”. E quando chegou o dia, não quis perder tempo. O terreno foi preparado e a cabeleira foi fixada horas depois de ser informado que havia chegado em Feira.
A felicidade para Wellington tem preço, sim. Custou R$ 2,4 mil e outros reais para comprar shampoos e outros produtos para manter a cabeleira nos trinques. Ah! A mulher compartilhou a sua felicidade. E logo contou a novidade para a família, revelando a chegada de um novo homem na vida dela: o Wellington de sempre, mas repaginado pelos sonhados cabelos.