"Toda vez que a presidente desta Casa é agredida, nós mulheres somos agredidas". Esta declaração, em solidariedade à vereadora Eremita Mota (PSDB), foi dada na Câmara de Feira de Santana por uma das maiores lideranças sindicais e também dos movimentos sociais do Município, Conceição Borges. O pronunciamento da dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Tribuna do Legislativo aconteceu durante a Audiência Pública com o tema Luta pela Garantia dos Direitos da Mulher, realizada pelo Legislativo. A abordagem, na abertura do seu discurso, foi motivado, segundo ela, por notícias que chegam ao seu conhecimento através da imprensa sobre "ataques a uma mulher no poder", de várias frentes, nos meios políticos. Eremita é a primeira vereadora na história da cidade a comandar a Câmara e a obter cinco mandatos consecutivos. Ex-candidata a vereadora, Conceição Borges disse que bem sabe das dificuldades que as mulheres enfrentam para exercer o seu papel na política, nesta cidade.Presidente da Associação Quilombola Comunitária de Maria Quitéria, Renida Cruz dos Santos também falou do preconceito de que está sendo alvo a vereadora, ocupando o cargo de maior importância em Feira de Santana, depois do comando do Poder Executivo. Ao cumprimentar Eremita "em nome de todos que compõem a Mesa", ela lhe disse "pode contar com a gente, basta gritar que vamos estar aqui juntos, para poder dar as mãos e mostrar a força da mulher neste lugar". A representante comunitária, de baixa estatura física, disse, referindo-se a ela própria, que "a pessoa aqui é pequena, mas de ousadia e coragem, tem dois metros".