Rebelião em presídio do Acre chega ao fim e governo confirma 5 mortes
28 jul 2023
| 12:11h | NotíciasA Secretaria da
Justiça e Segurança Pública do Acre informou que ao menos cinco presos foram
mortos durante a rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves,
em Rio Branco. Segundo a pasta, o motim chegou ao fim nesta quinta-feira
(27), cerca de 24 horas após um grupo
de detentos se rebelar.
Um policial penal
feito refém durante o tumulto inicial foi liberado pouco antes de os presos
entregarem as armas que tinham em seu poder e negociarem a entrada das forças
de segurança no presídio estadual. A Agência Brasil ainda
não obteve informações sobre o estado do agente, que foi encaminhado a um pronto-socorro
de Rio Branco.
Servidores da polícia
técnica e judiciária já estão no local, dando início aos trabalhos de
identificação dos corpos. A Polícia Civil vai ouvir os depoimentos de agentes
penais e presos.
Segundo o governo
estadual, 26 presos deflagram a rebelião no momento em que policiais penais
inspecionavam um dos pavilhões do presídio. O motim se espalhou e outros presos
se rebelaram.
“Acredito que tenha
sido uma tentativa de fuga. [Os presos] tiveram acesso a algumas armas e
tentaram fugir”, informou o coronel Paulo Cézar Gomes da Silva, em entrevista
à Rádio Nacional, da Empresa
Brasil de Comunicação (EBC), pouco antes do
fim do motim.
O militar também
destacou que, até o momento da entrevista, a informação de que os presos
acessaram o depósito de armas usadas pelos policiais penais ainda não tinha
sido confirmada. Além disso, segundo o governo estadual, os presos assassinados
foram vítimas de outros detentos. “Ainda não temos informações sobre a
quantidade de armas e munições [em posse dos presos rebelados]. Tudo é
suposição.”
Ainda segundo o
coronel, além do policial penal feito refém e liberado hoje, outro agente foi
ferido logo no início da rebelião. Atingido por um tiro de raspão no olho, ele
foi atendido em um pronto-socorro e liberado logo em seguida.
No fim da tarde de
ontem, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da
Justiça, informou que enviaria ao estado uma equipe de 40 homens da
força-tarefa da secretaria para reforçar a operação estadual de retomada do
controle do presídio.
"A Senappen
reitera seu compromisso em cooperar com os estados em situações emergenciais e
se solidariza com o governo do Acre nesse momento delicado. As ações de apoio
da Força Tarefa visam contribuir para o restabelecimento da normalidade no
presídio e para a manutenção da segurança pública na região", informou o
órgão.
A nota federal foi
divulgada pouco após o governador do Acre, Gladson Camelli, mencionar, em sua
página pessoal nas mídias sociais, que entrou em contato com o ministro da
Justiça, Flávio Dino, a quem pediu apoio federal. "Recebi dele [ministro],
a garantia de total apoio das forças de segurança do governo federal neste
momento de crise. O governo do Acre está atento e agiu para garantir uma rápida
solução. Agradeço ao ministro e ao governo federal pela disponibilidade em nos
atender com rapidez e prontidão", escreveu Camelli.
Em nota, o governo do
Acre informou que uma equipe de Políticas Penitenciárias do governo federal
deve chegar ao estado ainda nesta quinta-feira para avaliar o cenário e fazer
as adequações necessárias para evitar desdobramentos da rebelião.
Edição:
Juliana Andrade