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Por João Mascarenhas

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Em 2022, o Censo Demográfico identificou 572 favelas e comunidades urbanas na Bahia .Quase 45 mil pessoas vivem em uma das 49 favelas de Feira de Santana

09 nov 2024

| 06:30h | Notícias
Em 2022, o Censo Demográfico identificou 572 favelas e comunidades urbanas na Bahia .Quase 45 mil pessoas vivem em uma das 49 favelas de Feira de Santana

Em 2022, o Censo Demográfico identificou 572 favelas e comunidades urbanas na Bahia, distribuídas em 28 municípios, que representavam 6,7% dos 417 existentes no estado. Em Feira de Santana, são 49 favelas e comunidades urbanas, segundo resultados do Censo Demográfico 2022 sobre favelas e comunidades urbanas.


A Bahia tinha o 8º maior número de favelas, em um ranking liderado por São Paulo (3.123 favelas), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849). No Brasil como um todo, o Censo 2022 mapeou 12.348 favelas e comunidades urbanas, em 656 municípios (11,8% dos 5.570 existentes).


O total de favelas na Bahia em 2022 (572) era pouco mais que o dobro de 2010, quando haviam sido identificadas 280 áreas. Em Feira de Santana, no ano de 2010, o levantamento de IBGE não registrou presença de áreas denominadas favelas e comunidades urbanas na cidade.


Com relação aos municípios na Bahia, Salvador, seguiu, de longe com maior número de favelas e comunidades urbanas na Bahia: 262, ou 45,8% do total do estado. Em seguida vinham Feira de Santana (49), Camaçari (47) e Lauro de Freitas (35).


Mas, considerando as cidades que tinham favelas em 2010 e 2022, Salvador apresentou apenas o 4º maior aumento numérico dessas áreas (+20 favelas em 12 anos), abaixo de Camaçari (+37 favelas), Itabuna (+33) e Lauro de Freitas (+28).


Além de terem aumentado numericamente, as favelas e comunidades urbanas também ampliaram sua presença no território baiano. Em 2010, haviam sido encontradas em apenas 10 municípios do estado, número que quase triplicou em 2022, indo a 28.


Salvador tinha, em 2022, o 5º maior número de favelas entre os 656 municípios brasileiros onde foram identificadas essas áreas. São Paulo/SP (1.359), Rio de Janeiro/RJ (813), Fortaleza/CE (503) e Recife/PE (295) lideravam o ranking, cujos nove primeiros lugares eram ocupados por capitais, com Guarulhos/SP em 10º (170 favelas).


Em relação a 2010, quando tinham sido encontradas 6.329 favelas no Brasil, o total nacional dessas áreas quase dobrou. Goiás (152 favelas em 2022 frente a 12 em 2010), Mato Grosso (58 e 8 respectivamente) e Tocantins (39 e 6) apresentaram os maiores crescimentos no número de áreas.


Censo 2022: Bahia tem 527 favelas e mais de 1,3 milhão de moradores


POPULAÇÃO


Em 2022, 1.370.262 pessoas moravam em favelas e comunidades urbanas, na Bahia, o que representava 9,7% da população do estado – ou 1 em cada 10 habitantes. 3 de cada 4 pessoas que viviam em favelas e comunidades urbanas na Bahia estavam em Salvador, onde havia 1.033.258 moradores nessas áreas, 75,4% do total do estado. A população em favelas representava 42,7% ou 4 em cada 10 habitantes do município.


Na Bahia, depois de Salvador, Ilhéus (64.364 pessoas), Camaçari (54.664) e Feira de Santana (44.699) tinham as maiores populações em favelas e comunidades urbanas. Proporcionalmente, Salvador (42,7%) e Ilhéus (36%) também lideravam, seguidas por Lauro de Freitas (20,7%) e Candeias (19,7% da população morando em favelas).


No Brasil como um todo, a população vivendo em favelas cresceu 43,5%, entre 2010 (quando eram 11.425.644 pessoas) e 2022, o que representou mais 4.965.171 pessoas em favelas, em 12 anos.


Todas as unidades da Federação viram o número de moradores de favelas crescer no período, com destaque, em termos proporcionais, para Roraima, onde o total aumentou mais de dez vezes (de 1.157 para 16.016 pessoas), Goiás (de 8.823 para 94.518) e Tocantins (de 7.364 para 42.322).


Com um aumento relativamente menor, a Bahia caiu uma posição no ranking nacional de proporção de população em favela, de 6ª para 7ª, em 12 anos.


FAVELAS E COMUNIDADES URBANAS


Para o IBGE, as favelas e comunidades urbanas são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura etc.), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.


Em muitos casos, devido à sua origem compartilhada, relações de vizinhança, engajamento comunitário e intenso uso de espaços comuns, as favelas constituem identidade e representação comunitária.


Para identificar favelas e comunidades urbanas, o IBGE considera a predominância de domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse e pelo menos um dos demais critérios abaixo:


i. Ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos (iluminação, saneamento, drenagem etc.); e/ou


ii. Predomínio de edificações, arruamento e infraestrutura usualmente autoproduzidos e/ou orientados por parâmetros urbanísticos e construtivos distintos dos definidos pelos órgãos públicos; e/ou


iii. Localização em áreas com restrição à ocupação definidas pela legislação ambiental ou urbanística, como faixas de domínio de rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e áreas protegidas; ou em áreas de risco.




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